A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos pode ter impactos significativos no mercado brasileiro de construção civil, especialmente em relação ao comportamento do dólar e às condições econômicas gerais que influenciam o setor. Historicamente, governos republicanos tendem a priorizar políticas de redução de impostos e estímulo ao investimento doméstico, o que, no curto prazo, pode fortalecer o dólar. Esse fortalecimento traz implicações diretas para o Brasil, onde muitos insumos do setor de construção civil são importados e, consequentemente, dolarizados. Com um dólar valorizado, o custo desses insumos sobe, impactando a rentabilidade e aumentando os preços finais das construções.
Outro ponto relevante é que Trump já demonstrou em seu mandato anterior uma postura protecionista, priorizando a indústria americana e revisando acordos comerciais. Caso ele adote essa estratégia novamente, o comércio entre Brasil e EUA pode enfrentar barreiras adicionais. Para o setor de construção civil brasileiro, que depende de importações de materiais e tecnologia, qualquer restrição ao comércio ou aumento de tarifas pode pressionar ainda mais os custos. Além disso, essa postura pode diminuir o fluxo de investimentos norte-americanos no Brasil, reduzindo o capital estrangeiro em setores importantes, incluindo infraestrutura e construção.
Por outro lado, uma possível valorização das commodities, impulsionada por políticas que estimulem o setor energético e o agronegócio, pode beneficiar as exportações brasileiras, melhorando a balança comercial e trazendo fôlego à economia. Isso poderia gerar um impacto indireto positivo no setor de construção, principalmente em regiões ligadas à produção e exportação de commodities, como o agronegócio e a mineração, que demandam constantemente novas infraestruturas.