O ritmo de crescimento da construção civil no Brasil pode ser abalado por vários fatores, conforme as visões apresentadas por representantes do governo e do setor privado durante um evento promovido pelo Santander. Um dos principais desafios apontados é o financiamento habitacional. O secretário nacional de habitação, Hailton Madureira, destacou a necessidade de novas formas de financiamento, uma vez que a demanda por habitação ainda é muito alta e o déficit habitacional no país é significativo. A implementação do “Saque Aniversário” no FGTS também reduziu os recursos disponíveis para financiar habitações, o que agrava a situação.
Outro fator preocupante é a escassez de mão de obra qualificada, que, apesar do mercado de trabalho aquecido, continua a ser um problema para construtoras como a Cury. A falta de trabalhadores capacitados leva a um desequilíbrio entre oferta e demanda, resultando em aumento dos salários, o que pode afetar a rentabilidade das empresas.
Além disso, a produtividade do setor também foi discutida, com esperanças de que a reforma tributária possa impulsionar a industrialização e aumentar a eficiência das empresas focadas em habitação de baixa renda. A redução das alíquotas cobradas de incorporadoras e construtoras, bem como as mudanças no plano diretor em São Paulo, que ampliaram o acesso a terrenos bem localizados, são vistas como oportunidades para melhorar o cenário, mas os desafios estruturais continuam a exigir soluções robustas.
